quinta-feira, 29 de novembro de 2012

REINALDO JARDIM - SONETO TRAVADO


Soneto Travado
 O que será que ela me ama,
se a impudência da ternura,
o quando vou, a volta escura,
esse parir quando me chama?

O que terá que assim me odeia,
por que se faz de alegre e raiva,
sendo a distância que desmaia,
por que me aranha em sua teia?
O que faria se me esquece
e já me fere da esquivança,
senão me erra o que padece:

a manhã cedo em cada prece,
a fúria azul dessa lembrança,
o calendário que enlouquece.

Reinaldo Jardim

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