quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PALACIOS - PALACIO DA ROSA



Palácio da Rosa
 O Palácio da Rosa é um solar oitocentista, construído com alguns traços quinhentistas, que fica situado no Largo da Rosa, no local que é mais conhecido como a Mouraria, na freguesia do Socorro, no Concelho e Distrito de Lisboa. Atualmente, está classificado como Imóvel de Interesse Municipal.
 A sua história já longa teve início a 16 de Dezembro de 1393, quando foi dada autorização por parte da Câmara Municipal de Lisboa a Afonso Anes Nogueira, marido de Joana Vaz de Almada, que era filha de Vasco Lourenço de Almada, distinto cavaleiro e alcaide-mor, que morava na mesma cidade de Lisboa, para derrubar umas velhas construções que aí existiam e fechar as ruas que davam acesso à Igreja de São Lourenço, também chamada de Igreja do Socorro.
O objectivo era que aí fossem construídas algumas casas e um edifício que traria maior honra à cidade de Lisboa. A este edifício veio mais tarde a dar-se o nome de Palácio da Rosa.
 Em 1755, no terramoto de Lisboa, o edifício ficou destruído quase na totalidade, vindo a ser reedificado ainda no mesmo século.
O palácio da Rosa fazia parte do chamado morgado de S. Lourenço, mas acabou por passar a fazer parte da casa dos Marqueses de Ponte de Lima, por casamento.
Mais tarde, e também por casamento, o Palácio da Rosa passou a pertencer aos bens dos Marqueses de Castelo Melhor.
É por isso que este edifício é atualmente conhecido por muitos como o Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e dos Castelo Melhor.
 Já no século XX, entre 1927 e 1942 o Palácio da Rosa pertenceu ao escritor e poeta, Afonso Lopes Vieira, que aí residiu durante esse período.
Mais tarde, em meados da década de 60, o Palácio da Rosa passou a pertencer à Câmara Municipal de Lisboa, acabando, no entanto, por ser vendido já no final do século.

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Atualmente, o Palácio da Rosa pertence a um grupo hoteleiro madeirense, tendo sido adquirido em hasta à Camara municipal de Lisboa.

Já depois de ter sido vendido, o Palácio foi classificado como imóvel de interesse municipal, no âmbito de uma proposta aprovada, por unanimidade, pelo executivo da Câmara Municipal. Não deixa de ser curioso que, o pedido feito pela Unidade de Projecto da Mouraria (UPM), tenha apenas surgido quando já havia decorrido mais de um ano sobre a sua venda.
 Visto que aquando da compra do imóvel pela Olissibona, uma empresa madeirense de empreendimentos turísticos, ficou-se a saber que o objectivo da compra era transformar o Palácio da Rosa num hotel de charme com cerca de 60 quartos, o pedido de classificação deste como imóvel de interesse municipal surgiu com o objectivo de salvaguardar estéticos que a futura intervenção sobre o edifício poderia provocar. No entanto, como é óbvio, esta classificação deveria ter surgido anteriormente à venda pois, com este ato, foram mudadas as regras do jogo a meio do mesmo.
Apesar da venda do Palácio da Rosa, esta não contemplou a Igreja de São Lourenço, que integra o conjunto edificado, mas que permaneceu nas mãos da autarquia.
Já há algum tempo, era objectivo da Câmara Municipal de Lisboa disponibilizar o Palácio da Rosa, por um determinado período de tempo, a um grupo hoteleiro que o recuperasse e usufruísse dos dividendos, já que a autarquia não tinha dinheiro para tal. No entanto, com o executivo actual, as prioridades mudaram e foi resolvido proceder-se à venda.
 Apesar do objectivo de aí se instalar um hotel de charme, a verdade é que o futuro do Palácio da Rosa é um tanto incerto pois, para que tal acontecesse, seria necessário que aí fosse construído um Parque de Estacionamento, tal como é obrigatório por lei. No entanto, segundo o Plano de Ordenamento do Território, nesse local será impossível a construção do dito Parque de Estacionamento.
Como tal, resta-nos esperar para ver o que o futuro reserva para este imóvel que se encontra em estado adiantado de degradação.

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