sábado, 26 de maio de 2012

VIOLANTE MONTESINO - AO AMADO AUSENTE

AO AMADO AUSENTE
Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte,
Se ausente d’alma estou, que me dá vida?
Não quero sem Sylvano já ter vida,
Pois tudo sem Sylvano é viva morte;
Já que se foi Sylvano venha a morte,
Perca-se por Sylvano a minha vida.
Ah, suspirando ausente, se esta morte
Não te obriga a querer vir dar-me vida.
Como não vem dar-me a mesma morte?
Mas se n’alma consiste a própria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que é porque sinta a morte de tal vida.
Violante Montesino

Nenhum comentário:

Postar um comentário