segunda-feira, 19 de março de 2012

LUIS SERGUILHA - TEXTO II


Texto 2

As larvas geométricas dos areais compartilham estritamente a decoração dos lenhos-microfones
para farpearem os diamantes seculares das ameixas
como as cismas dos sapos a estruturarem as erupções oolíticas
entre as bússolas dinâmicas dos subsolos
A urbanidade das lagartas dinamitadas alastra a precisão da graxa dos corvos
encurralada transitoriamente
nas direcções das capas picadoras de azulejos
Este xaile de obeliscos vegetais concentra as aranhas da tuna solar
sobre as esquinas intangíveis dos gorjeios sinfónicos
como uma estadia do incêndio a representar
a prodigalidade da incisão da catástrofe
que transmuta as favas inauguradoras
do sobressalto da luz
As parcelas amareladas do salvo-conduto terrestre destacam a hibernação dos pessegueiros magnéticos
entre as lojas detentoras de cinematógrafos provisórios
Os flancos dos suores arrítmicos dos astronómicos caravanistas
são burilados
pelos mapas propagadores de açaimes que identificam as cavidades dos carris artesanais
e as placentas corrosivas das embarcações são seleccionadas
pelos relógios dos enxames para transformarem os suspensórios dos apeadeiros
em travessias de sanhas electrocutadas
Ambiguamente a sucessão dos interstícios das chocadeiras oscila
entre os peitoris das estâncias-cárceres e os alicerces asmáticos das chancelarias
onde as queixadas nómadas dos aguaceiros
parecem os retratos invertebrados das piranhas
a consolarem a área dos peditórios
das matrizes terrestres  
LUIS SERGUILHA

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