quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FREGUESIA DE VALE DE CAVALOS

REGIÃO                    CENTRO




SUB-REGIÃO            BEIRA INTERIOR NORTE
DISTRITO                 GUARDA
CIDADE                   ALMEIDA


FREGUESIA             VALE DE CAVALOS






PROCISSÃO

Heráldica


Parecer emitido em 1 de Abril de 1997. Publicada no Diário da República Nº 136/97, III Série de 16 de Junho de 1997. DGAL: Nº 115/07 de 4 de Agosto de 1997.
Armas: Escudo de verde, dois cavalos afrontados, alegres, empinados, espantados e ferrados de vermelho, o da dextra de ouro e o da sinistra de prata; em chefe, pomba voante de prata, aureolada de ouro; em campanha faixeta ondeada de prata e azul de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas: "VALE DE CAVALOS".



Bandeira: 
De branco, cordões e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.




Selo: 
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Vale de Cavalos - Chamusca"



Vale de Cavalos é uma freguesia do concelho de Chamusca, de cuja sede dista cerca de 10 quilómetros, no distrito de Santarém. Situando-se mesmo onde acaba a charneca e começa a campina, a Aldeia de Vale de Cavalos está edificada numa pequena elevação sobranceira às ricas terras da Borda-d’água.



Cedo os homens se fixaram, por terem ali fartura de pão e segurança face às cheias. Diversos achados arqueológicos, comprovam que no mesmo local onde hoje está a aldeia existiu também uma povoação Lusitano-Romana há uns dois mil anos atrás. Chamava-se Trava e é, até ao momento, o mais antigo aglomerado populacional conhecido em toda a vasta área do actual concelho da Chamusca. 

De entre as inúmeras culturas produzidas nas terras do campo, tem qualidade e tradição reconhecidas a vinha que, por ficar em terras da Rainha e produzir um vinho muito apreciado na Corte, escapou ao arranque decretado pelo Marquês de Pombal para as cepas do Ribatejo. 




Da charneca sempre vieram os produtos da floresta. Em tempos, tiveram grande importância a cortiça e o carvão que se embarcavam nos portos da vizinhança e seguiam Tejo abaixo até Lisboa. Hoje em dia, a maior riqueza é a madeira que se procura explorar de forma equilibrada e racional.






Terra de assalariados rurais, Vale de Cavalos tem uma antiga e rica tradição de luta contra a exploração e por melhores condições de vida, quer nos tempos da 1.ª República quer durante os longos anos do Estado Novo.





Situada mais perto de Alpiarça do que da Chamusca e tendo muitas relações e muitas características em comum com a vila vizinha, foi uma terra disputada entre os dois concelhos, nos anos vinte. Ao pequeno município de Alpiarça, criado a seguir à implantação da República, por influência de José Relvas, convinha a anexação da extensa e rica Freguesia de Vale de Cavalos. Conseguiu-o durante sete anos, de 1919 a 1926, mas a vontade manifestada pela população de pertencer ao concelho da Chamusca acabou por prevalecer, e a Freguesia viria a ser reintegrada a 2 de Setembro de 1926. Sendo nesta data publicado no Diário da República o Decreto-lei nº 12.257 de 2/9/1926 da Direcção Geral da Administração Pública (Ministério do Interior), designando que se voltasse a integrar Vale de Cavalos no concelho da Chamusca. 


Este regresso foi motivo de grande regozijo, e de tal modo se considerou importante este evento, que a data da reintegração a 2 de Setembro, passou a ser durante alguns anos feriado municipal.


A Freguesia, que até há poucos anos era a mais extensa do concelho, adquiriu a configuração actual em 1985, quando foi criada e destacada dela a Freguesia da Parreira. Mesmo assim, continua a ser uma das maiores do concelho, com os seus 11.900 hectares.









É esta a terra onde vivem e trabalham cerca de 1.300 Valcavalenses, entre a charneca e campina, com o Tejo nos olhos e o Ribatejo no coração, aprendendo no passado a construir no presente, visando avistar um melhor futuro..










Quem chega a Vale de Cavalos e sobe até à igreja que se destaca no branco do casario, logo encontra, ao lado, o largo, verdadeira sala de visitas da freguesia e orgulho da sua gente. É aí que se faz a festa da Senhora dos Remédios, em chegando o mês de Setembro, todos os anos, sempre, sempre.
É o momento do ano em que toda a gente se junta, num esforço colectivo, para organizar a festa que enche de alegria o povo e tem fama nas redondezas. Todos dão o que podem dar, com redobrada generosidade, não havendo peditórios, seja qual for o motivo, que juntem tanto dinheiro. E todos se associam à festa e à procissão, incorporando-se nela, mesmo não sendo fiéis de ir à missa ao domingo. 
Mais que um acto apenas religioso, trata-se de uma afirmação colectiva de alegria e de afeição pela terra onde se vive. Faz parte da alma do povo, o povo precisa dela, da sua festa anual, para nela se rever e gostar de ser o que é.
Houve tempo em que havia juiz, cada ano nomeado para a festa que aí vinha, e levava para casa a bandeira da Senhora dos Remédios. Depois era ele que escolhia a equipa para fazer o peditório e organizar os festejos. Agora não é assim, são festeiros que se juntam, formando uma comissão, uns meses antes de Setembro, a tempo de tratar daquilo que há que fazer.
Há trinta, quarenta anos, durando a festa três dias, sábado, domingo e segunda, tirava o povo o terceiro, porque os patrões o não davam, e ninguém ia ao trabalho, que era dia de festa. Faziam-se cavalhadas e estava aberta a quermesse. Eram as lojas que davam os brindes para o sorteio, para isso se fazendo peditório acompanhado da banda, com a bandeira a abrir e um foguete a assinalar cada uma das ofertas. No sábado na Caniceira e no Casal das Oliveiras e no domingo em Vale de Cavalos, logo cedo, pela manhã. Dantes ia a banda a pé, vai agora de camioneta e para recolher as ofertas segue agora um tractor em vez da carroça, própria de tempos passados. 0 que mudou foi a técnica, os meios que evoluiram, porque no essencial o que conta é juntar, através do que se dá, uma comunidade inteira para que a festa seja grande e todos fiquem contentes.
No domingo, assim que acaba a missa, sai então a procissão: da igreja para a Rua de Cima, desce depois a da Fonte até à Rua Direita, terminando onde começou. São formadas duas filas, de maneira organizada, vão os míudos de anjinhos, põem-se as colchas nas janelas, traz-se alegria para a rua.

Depois é o arraial, com música, variedades. Noutro tempo era a banda, depois as aparelhagens e agora os artistas de nomeada. 0 que importa é que haja som e que o povo goste dele para que a festa cumpra a razão por que se faz. É assim em Vale de Cavalos, em Setembro, sempre, sempre.


Gastronomia: 
Cachola,
Cabidela,
Ensopado de Enguias,
Enguias Fritas,
Arroz de Tripas.


Sopa de Cachola

INGREDIENTES

Fressura de porco (coração, pulmão, fígado, baço, pulmão)
Sangue de porco
Vinagre
Laranjas
Louro
Cravinho
Pimentão-flor
Pimenta
Salsa
Cebola
Alho
Banha de porco
Pão alentejano duro.

MODO DE PREPARAÇÃO

1.   Frite a cebola e o alho na banha mas sem deixar queimar.
2.   Junte a carne, temperada com as especiarias e a salsa e deixa-se refogar.
3.   Junte água e deixe cozer.
4.   Rectifique os temperos.
5.   Quando estiver quase pronta junte-lhe o sangue do porco batido com um pouco de vinagre.
6.   Corte o pão às fatias finas.
7.   Corte as laranjas às rodelas.
8.   Coloque o pão no prato com as rodelas de laranja por cima e deite-lhe o caldo com a carne.
Pode servir com mais rodelas de laranja à parte.



Colectividades: 
                               1 Grupo Desportivo, 
                                1 Rancho Folclórico,
                               1 Grupo Etnográfico,
1 Centro de Dia,
1 Comissão Fabriqueira Espírito Santo de Vale de Cavalos,
Soc. Recreativa,
Núcleo de Cicloturismo,
1 Ass. Defesa do Património Etnográfico e Cultural de Vale de Cavalos
ADEPEC
CONCERTO






Nenhum comentário:

Postar um comentário