terça-feira, 19 de julho de 2011

MEMORIAS DO SILENCIO - ANTONIO JOSE QUEIROS


MEMÓRIA DO SILÊNCIO
3.a ed. Amarante: Labirinto, 2007 


I

Quando te chamo
o teu nome é mais azul.

Sorris como quem espera
as promessas que chegam
penduradas no Verão.

Vens como as gaivotas
vestidas de branco
e cheias de maresia.

II

O meu caminho
são todos os teus passos.

Sigo-os serenamente
como as aves que regressam
à inocente luz do sol.

Nas minhas mãos levo rosas,
tímidas rodas por abrir,
e palavras de amor escondidas
no rumor branco do silêncio.


III

Procuro nas fontes
o sabor da tua sede.

Sou como a ave renascida
voando para o azul
que nunca conheceu.

Vou descalço, peregrino
à espera do milagre.


IV

É entre o silêncio da bruma
e o verde rumor das algas
que o meu olhar se demora.

O horizonte é um barco
que navega para ti.

Amar é descobrir.

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