terça-feira, 26 de julho de 2011

FREGUESIA DE TURCIFAL

rEGIÃO      CENTRO
SUB  REGIÃO   OESTE
DISTRITO LEIRIA
CIDADE    TORRES VEDRAS
FREGUESIA   Turcifal

SÍMBOLOS HERÁLDICOS
Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário da República, III Série 21/02/1995
Brasao
Escudo de verde, arco sineiro de prata, rematado por uma cruz e com um sino de ouro; em chefe, dois cachos de uvas de púrpura, folhados d ouro e, em ponta, duas espigas de trigo de ouro, com os pés passados em aspa e atados de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro em maiúsculas : " TURCIFAL "
Bandeira  
Esquartelada de púrpura e branco, cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança de ouro.





RESENHA HISTÓRICA

A sete quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Turcifal é constituída pelos lugares de Freixofeira, Carvalhal, Melroeira, Casal Barbas, Almeirinhos, Aldeia da Serra, Cadriceira e Mugideira. Está situada na margem direita de um afluente do rio Sizandro.


A história de Turcifal inicia-se ainda antes da fundação da Nacionalidade. Além da arqueologia, a própria toponímia demonstra à evidência esse facto. Nomes como Chapoceira, Manjapão e Freixofeira são do tempo da Reconquista Cristã, mas Turcifal é de origem árabe. Embora, evidentemente, não signifique "terra repleta de turcos", como dizia o povo ainda no século XVIII.

Em 1280, D. Dinis doou a sua irmã, D. Branca, a "quintã" de Manjapão, que mais tarde seria doada por ela ao Pe. Pêro Vicente. É um dos primeiros documentos escritos sobre esta freguesia. Sabe-se também, através dele, que desde sempre a freguesia pertenceu ao termo de Torres Vedras.

Em termos eclesiásticos, esta freguesia foi um curato da apresentação do prior de Santa Maria do Castelo de Torres Vedras e depois vigairaria. Em 1840, pertencia ao concelho de Torres Vedras. Passou depois ao da Azueira, extinto em 24 de Outubro de 1855. Regressou então, agora definitivamente, a Torres Vedras. Refere Pinho Leal que Turcifal chegou a ser sede de um pequeno concelho, mas nenhum elemento histórico confirma esta afirmação.

Em "Viagem a Portugal", José Saramago refere-se longamente a esta freguesia. A qualidade e o sabor da prosa obrigam à citação do excerto que se segue: "Foi o caso de no Turcifal ter visto o viajante uma altíssima igreja erguida sobre um terreiro a que por tesos lances de escadaria se chegaria, havendo boa perna. Buliu o avantajado edifício com a curiosidade do viajante, que se lançou ao habitual jogo da chave. (...) O viajante bateu uma vez, bateu duas vezes, e depois de bater três vezes entreabriu-se uma frincha zelosa, e uma cara de mulher velha apareceu, severa: "Que deseja?" Dá o viajante o seu habitual recado, veio de longe, anda a visitar, seria um grande favor, etc.
Responde a frincha da porta: "Não estou autorizada. Não dou a chave. Vá pedir ao padre." (...) Já pensa que no limiar da povoação fará o teatral gesto de sacudir a poeira das botas, mas então lembra-se do bom modo da primeira mulher, e vai ao padre. Pasmemos todos. A velha já lá está, em grandes demonstrações explicativas, de palavra e gesto, com a ama do padre, ou talvez parente. (...) E tudo vem a explicar-se. Esta pobre mulher, mostrando a igreja a visitantes, foi por duas vezes vítima de ataques. Uma das vezes até lhe deitaram as mãos ao pescoço, um horror. O viajante fora confundido.

PATRIMÓNIO TURÍSTICO

Igreja paroquial
de Turcifal bem justifica, com efeito, as bolandas por que passou o ilustre escritor. É uma das melhores do distrito de Lisboa. Consagrada a Santa Maria Madalena, é de grandes dimensões, monumentais mesmo
  A sua construção iniciou-se na primeira metade do século XVII, no local onde existia uma outra igreja. A esse antigo templo, pertenciam as lajes sepulcrais que actualmente se encontram na capela-mor. Pelo facto de ter demorado quase um século a ser concluída, a igreja apresenta na fachada influências de diversos estilos, nomeadamente o majestoso corpo e a torre sineira setecentista. O interior, de uma só nave, é espaçoso e muito iluminado.
Tem quatro capelas laterais. A capela-mor, por seu turno, está decorada com azulejos seiscentistas. Contém um grande retábulo de talha, seiscentista, que parece ter sido da autoria de Bento Coelho da Silveira. A capela baptismal, para além de uma fonte quinhentista, possui uma pintura do Baptismo de Cristo, muito bela. Do resto do espólio, destaca-se uma imagem de Nossa Senhora das Dores, num dos altares laterais. Está sepultado neste templo Heitor Bernardes, um dos cavaleiros que acompanharam o infante D. Luís na expedição de Tunis.
Capela do Espírito Santo
alpendrada, tem no seu interior uma pintura do Pentecostes, setecentista, da autoria de Diogo Teixeira. A ermida de Nossa Senhora do Socorro, no cimo da serra do mesmo nome, é de arquitectura gótico-manuelina. No interior, forram as paredes painéis de azulejos azuis e brancos com os Evangelistas. É coberta por uma abóbada de nervuras.

 Do património edificado da freguesia, devem referir-se ainda algumas das suas propriedades senhoriais. A Quinta da Tapada, a Quinta dos Arneiros, a Quinta da Melroeira e várias outras que embelezam o Turcifal.



Gastronomia:

Cachola
Ingredientes:
500 g de redenho
750 g de carne de porco magra
200 g de fígado
100 g de baço
4 dentes de alho
1 folha de louro
1 malagueta
2 colheres de sopa de calda de pimentão
1 colher de sopa de cominhos
2 cravinhos
sal
cebola
1,5 dl de vinho branco
Confecção:
1.  Corta-se o redenho em pedaços para um tacho de barro e leva-se ao lume a derreter.
2.  Retiram-se os torresmos.
3.  Tem-se a carne, o fígado e o baço cortados em pedaços que se deitam na gordura bem quente.
4.  Junta-se o alho picado, o louro, um bocadinho de malagueta (cornicho), a calda de pimentão, os cominhos e os cravinhos.
5.  Deixa-se cozer tudo.
6.  Quando o cozinhado começar a apurara, rega-se com o vinho branco e o sangue de porco (que foi mantido líquido por se lhe ter adicionado vinagre e sal quando da sangria do porco).
7.  Ao molho pode acrescentar-se um pouco de água onde se cozeram batatas aos quartos que acompanharão a cachola.


Bolo de Ferradura


Ingredientes:
1,5 Kg. farinha
1 Kg. açúcar
125 gr. margarina
1 lt. água
100 gr. fermento de padeiro
30 gr. fermento em pó
raspa de limão q.b.
sal q.b.


Confecção:

1.  Amornar a água, retirar um pouco e dissolver o fermento de padeiro.
2.  Derreter a margarina sem deixar ferver.
3.  Num alguidar colocar a farinha, açúcar, raspa de limão, sal, fermento em pó e misturar todos os elementos.
4.   Adicionar a margarina derretida, o fermento de padeiro dissolvido em água e amassar, juntando a restante água morna a pouco e pouco até ficar uma massa tipo pão.
5.  Tapar com um pano de cozinha e deixar repousar durante uma hora.
6.   Dividir a massa em porções com 150 gr. e tender estas em forma de ferradura; com uma tesoura dar golpes ao longo da ferradura.
7.  Pintar com gema de ovo e levar a cozer no forno a 230°.
 Broa Doce
Ingredientes:
2 copos de farinha de trigo
1 copo de fubá1 copo de polvilho
1 copo de óleo1 copo de açúcar
2 copos de leite1 copo de água
1 pitada de sal
12 ovos
 Confecção:
1.  Leve ao fogo, a água, o leite e o óleo, misture o polvilho, a farinha de trigo e o fubá
2.  faça um angu, deixe cozinhar bem, mexa sempre ,
3.  despeje em uma bacia, deixe esfriar um pouco ainda morno,
4.  amasse com ovos, faça bolinhas e asse.



Colectividades:
Grupo Desp. da Casa do Povo de Turcifal,
Assoc. de Socorros da Freguesia de Turcifal,
Assoc. de Caçadores da Freguesia de Turcifal,
Sporting Clube da Freixofeira,
 Carvalhal Atlético Clube,
Grupo Desp. Recreativo e Cultural da Melroeira,
Assoc. Cultural e Desportiva da Mugideira,
Assoc. Cultural Desportiva e Recreativa da Cadriceira,
Unidos Futebol Clube da Aldeia da Serra,
Centro de Convívio Recreativo e Cultural de Casal Barbas

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