domingo, 19 de junho de 2011

MAVORTE - BOCAGE



Mavorte
Mavorte, porque em pérfida cilada
O cruel moço alígeto o ferira,
Não faz caso da mãe, que chora e brada,
Quer punir o traidor, que lhe fugira :
Na sinistra o pavês, na dextra a espada,
Nos ígneos olhos fuzilante a ira,
Pule à negra carroça ensangüentada,
Que Belona infernal côas Fúrias tira :
Assim parte, assim voa ; eis que vê posto
No colo de Marília o deus alado,
No colo aonde tem mimoso encosto:
Já Marte arroja as armas, e aplacado
Diz, inclinando o formidável rosto :
"Valha-te, Amor, esse lugar sagrado ! ".

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