terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FREGUESIA DE JUSTES


REGIÃO               norte
SUB  REGIÃO       douro                
DISTRITO             vila real
CIDADE                 vila real
FREGUESIA               Justes

Brasão: escudo de ouro, arado de vermelho; em chefe, duas espigas de milho de ouro, folhadas de verde e alinhadas em faixa e, em campanha, um dólmen de negro realçado de prata. Coroa mural de prata de três torres, Listel branco, com a legenda a negro: "JUSTES".

O povoamento de Justes é antiquíssimo, face aos vestígios arqueológicos encontrados no seu termo, alguns dos quais nos remetem para a Pré-História.
No dizer do Padre João Costa “estes instrumentos líticos, na eloquência da sua linguagem muda, dizem-nos que há cerca de 4000 anos esta região era habitada por homens que trabalhavam primorosamente a pedra da qual faziam os seus artefactos”.




O topónimo «Justis» existe como «genitivo» suévico, facto que determina a existência do povoado,com este nome e como paróquia, no século VI.
Há notícias de Justes, na Idade Média, com a Carta de Povoamento (kartam de forum), datada de 1 de Agosto de 1222, reinava, então, D. Afonso II, outorgada, em Constantim, por D. Mendo, abade do Mosteiro de Pombeiro, e que foi concedida aos povoadores (vobis pobratoribus) e aos sucessores que a povoassem (Damus vobis et socessores vestros ipsam hereditatem ut populetis illam).
O documento incluiu “um conjunto de disposições de natureza jurídica destinadas a regular as relações dos membros de cada comunidade entre si e com o concelho em que permanece integrada” (José Marques). Ou seja, “aí se dispõem normas relativas aos direitos e obrigações dos moradores, as penas a infligir aos infractores da ordem pública em matérias tão graves como homicídio, furto ou violação e furto” (idem), além do pagamento dos impostos (1 quarteiro de pão cozido centeio, 1 quarteiro de cevada, 1 carneiro e 8 galinhas).
Os pagamentos aconteceriam nas datas tradicionais do Natal, Nossa Senhora da Assunção e pelo S. Miguel. A medida utilizada era a da feira de Constantim. Nesta Carta de Povoamento referiam-se ainda certos privilégios e isenções de serviço militar e do pagamento de certos impostos, como a lutuosa. A isto se junta a cláusula que prevê a hipótese de um povoador de Justes, caso não faça justiça a um dos seus vizinhos, perder não só a qualidade de vizinho, mas também os próprios bens, que reverteriam para a comunidade vicinal. Esta Carta de Povoamento foi redigida por Martim Eanes, mandatado por Martim Martins, tabelião de Guimarães.
Estes novos povoadores de Justes foram Pedro Fernandes e esposa, Maria Boa, Pedro Sobrinho e esposa, Maria Eanes, João Pires e esposa, Chama Gosendes, João Eanes e Maria Vasques, João Pires e esposa, Gontinha Garcia Meia Coirela e Bento Pires Meia Coirela. Estes podiam admitir mais três povoadores.
 Ou seja, este núcleo populacional era constituído por 6 fogos, a que se poderiam juntar mais três. Todos estes, em função da carta que lhes foi concedida, foram, na nossa opinião, os refundadores, já que a existência de vestígios arqueológicos confirmados indica que o local teve ocupação humana em períodos anteriores à fundação da nacionalidade e foi paróquia no século VI
Justes é uma freguesia com alguma riqueza arqueológica, nomeadamente do período neolítico. “Em pleno coração da velha e histórica região de Panoias”, como explicou o padre e investigador João Gonçalves da Costa, foram encontrados seis machados de pedra polida, os quais se encontram à guarda do Museu de Arqueologia e Numismática, em Vila Real.
A fachada principal está voltada para a Rua das Fontes, no centro da povoação e rodeada por edifícios de habitação. A planta é longitudinal, telhado de duas águas, de dois corpos delimitados: nave única e capela-mor mais alta.
O padre João Gonçalves da Costa, enquanto orador no III Colóquio Portuense de Arqueologia, em 1964, adiantou que cinco dos machados foram encontrados no sítio de Couços, a Norte da freguesia e a cerca de 40 metros da EN15. A descoberta foi realizada pelos operários que então procediam à terraplanagem do terreno que viria a acolher a fábrica de serração de madeiras da firma A. Taveira e Comp.ª Ldª.
 


O restante machado foi descoberto no sítio de Bouças, na parte Sul da freguesia, a cerca de 300 metros da então vila de Ceides.
O modelo e a forma destes objectos, juntamente com a perfeição do polimento, levaram os arqueólogos a datarem os mesmos no período neolítico. As indicações gerais apontam para o ano 2000 a.C., data geralmente aceite como final da idade da pedra polida e princípio da metalurgia na Península Ibérica.
Outros elementos arqueológicos vieram confirmar a riqueza de Justes a este nível. O sítio de Pala remete, pelo topónimo, aos inícios dos tempos megalíticos. Nas Lamas da Póvoa encontram-se cinco antas ou mamoas, enquanto a Fonte dos Mouros é referente a um castro ou monumento pré-histórico, não a uma presença árabe (como acreditam alguns populares). Perto de Lamares ficam a Murada, umas ruínas de um velho castro murado, presumivelmente uma fortificação celta romanizada.
Em volta de Justes e nas povoações próximas levantam-se numerosos castros que evocam eras remotas, como são os exemplos o sítio de Castelos, a Torre do Pinhão e o Castro da Balsa.

Património cultural e edificado.Igreja matriz
A igreja matriz (velha) é de invocação a Santa Maria Madalena . A sua existência, como ermida, é referida no século XVIII, na Rellação de Vila Real. Em Memórias de Vila Real é descrita como capela “de bastante grandeza, e de reformada de novo, na qual está o Santíssimo Sacramento com a decência devida, donde se administra aos enfermos”. Está referenciada no IPA com o nº 1714110019, dec. Nº 8/83, DR 19 de 24 de Janeiro de 1983.
Casas brasonadas, cruzeiros, alminhas, santuários, capelas, espigueiros e sepulturas em pedra.
Festas e romarias: Nossa Senhora de Lurdes
Colectividades - Associação Cultural Recreativa, e Desportiva de Justes e Bombeiros Voluntários da Cruz Verde de Vila Real.
 Gastronomia - Feijoada à transmontana, cabrito assado no forno, bacalhau com batata a murro, cavacas e Pão-de-ló

Gastronomia
Pão de Lo
Ingredientes
6 unidade(s) de ovo
7 colher(es) (sopa) de açúcar
6 colher(es) (sopa) de farinha de trigo
1 colher(es) (café) de fermento químico em pó
Modo de Preparo
1.  As 7 colheres de sopa de açúcar juntam-se as 6 gemas batendo muito bem até formar bolhas,
2.   junte então as 6 colheres de sopa de farinha de trigo peneiradas com o fermento em pó e bata novamente,
3.  por último, acrescente as claras, batidas em neve, e envolva levemente.
4.  Asse em forma de buraco (muito bem untada e enfarinhada) em forno médio por mais ou menos 20 minutos.




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