sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

FREGUEISA DE OVAR


REGIÃO               CENTRO
SUB  REGIÃO   BAIXO VOUGA        
DISTRITO         AVEIRO
CIDADE            OVAR
FREGUESIA   Ovar
A origem do nome Ovar não é consensual e, por isso mesmo, é interessante o percurso por entre as diversas teorias. Se para uns estudiosos, o nome provém do facto de muitas aves virem até aqui pôr os seus ovos, para outros isto não passa de ideia sem fundamento pois, nesse caso, não seria ovar mas desovar.
No entanto, o Dicionário da Língua Portuguesa não deixa margem para esta dúvida ao esclarecer que Ovar significa “pôr ou criar ovos ou ovas”. Desovar, por seu lado, significa também pôr ovos, mas é sobretudo usada quando falamos de peixes.
Para outros linguistas, Ovar pode ter na sua origem a palavra Vale. Se considerarmos que o povoado de Cabanões é mais antigo que o de Ovar e que era mais elevado do que este (o que acontece ainda hoje), então poderemos equacionar esta hipótese. “Quando os habitantes de Cabanões se deslocavam ao vale, ao litoral, diriam: vou ao var (estive no var, venho do var), sendo a palavra var uma corrupção da pronúncia de vale ou val”, escreve Alberto Lamy, na sua Monografia de Ovar.

Para outros linguistas, Ovar pode ter na sua origem a palavra Vale. Se considerarmos que o povoado de Cabanões é mais antigo que o de Ovar e que era mais elevado do que este (o que acontece ainda hoje), então poderemos equacionar esta hipótese. “Quando os habitantes de Cabanões se deslocavam ao vale, ao litoral, diriam: vou ao var (estive no var, venho do var), sendo a palavra var uma corrupção da pronúncia de vale ou val”, escreve Alberto Lamy, na sua Monografia de Ovar.

Ou será que quem tem razão é João Domingues Arede e que a origem de Ovar tem proveniência toscana? Ou antes origem germânica em Odvari?
Muitos autores confluem, no entanto, para esta opinião: o nome de Ovar adveio do nome de um ribeiro. “Este rio Ovar é aquele que vai desaguar junto à cidade deste nome (o qual nome lhe adveio do rio e que é, neste, de origem pré-romana)”, refere Almeida Fernandes.


S. Cristóvão, Padroeiro de Ovar
De acordo com o historiador Dr.Alberto Lamy, na sua Monografia de Ovar, S. Cristóvão foi venerado por costume imemorial como padroeiro de Ovar. A Igreja Paroquial já lhe era dedicada em 1132, nunca mudando de invocação. S. Cristóvão de Lícia, considerado um santo mártir, cananeu de origem, teria vivido no século III, e é representado “nas imagens, de grande corpulência, em sítios fragosos, com Jesus sobre os ombros e com um tronco cheio de folhas como báculo” (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. VIII).


Em Ovar, a corpulenta imagem do santo era muito visitada no dia do Corpo de Deus, altura em que se festejava o padroeiro. Em 1911, a imagem do santo, pertença da Câmara Municipal, foi cedida à Misericórdia de Ovar que começou a expor a imagem na Capela das Almas, no Jardim dos Campos.



Saliente-se, como curiosidade, que a imagem de S. Cristóvão (não a original, que era enorme, mas uma outra) continua, até aos dias de hoje, a ser exposta na Capela da Misericórdia, precisamente no dia do Corpo de Deus. E são muitas as pessoas que ainda mantêm a tradição de passar uma rosca no braço do santo, por entenderem que esse é um remédio para combater o fastio.
Por determinação superior, as câmaras municipais tiveram que rever, em 1950, os seus feriados e a de Ovar, presidida por António Coentro de Pinho, escolheu o Dia de S. Cristóvão – 25 de Julho – como data de especial significado para a sede do concelho. A Assembleia Municipal, reunida a 14 de Maio de 1982, confirmou esta ideia e desde então o feriado municipal de Ovar celebra-se no dia 25 de Julho.



Cidade-Museu do Azulejo
 Ovar é considerada a Cidade-Museu do Azulejo e, segundo o Dr. Alberto Lamy, na sua “Monografia de Ovar”, “a cidade possui a mais rica colecção de azulejos de revestimento de fachadas do País, quer em quantidade, quer em variedade”.
 Foram os emigrantes ovarenses que, no regresso do Brasil, e influenciados pelo uso do azulejo na parte exterior dos edifícios brasileiros, decidiram usar este material nas fachadas das suas casas, acabadas de construir.




Para além dos variadíssimos padrões que podiam ser utilizados, o azulejo protegia as paredes da humidade e isolava a casa do frio. O impacto que causava nos vizinhos a utilização de tão inovador revestimento decerto que também não desagradava a estes emigrantes…

Ciente da importância deste património, a Câmara Municipal de Ovar decidiu criar o Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo, com o objectivo de preservar o património edificado de Ovar e alertar para a importância da sua componente cerâmica, incidindo sobretudo no azulejo de fachada datado entre os finais do século XIX e princípios do século XX.







Cantar os Reis é uma tradição que data do final do século XIX, ou seja, já tem mais de 100 anos de idade! E quem quiser ouvir Cantar os Reis, que aquece as noites frias de Janeiro, tem mesmo que vir a Ovar, porque esta tradição não se pode comparar a nenhuma outra existente por este país fora. Isto porque tanto as músicas como as letras são inéditas e feitas propositadamente para esta ocasião. Homenagem seja prestada a todos os autores das letras e das músicas que, ano após ano, colocam à prova a sua criatividade para nos deliciar com novos sons e novos textos.

Estes textos e músicas são depois interpretados pelas várias Trupes, formadas por gentes de Ovar que teimam em perpetuar esta maravilhosa tradição.
 Cada Trupe apresenta três números: a Saudação; a Mensagem e o Agradecimento. No dia seis de Janeiro há sempre um espectáculo, onde as várias trupes apresentam os seus números.
O Carnaval de Ovar é o melhor de Portugal! Sabemos que somos suspeitos quando fazemos esta afirmação. Por isso, o melhor mesmo, é vir confirmar com os seus próprios olhos! Na véspera do Domingo Gordo há sempre o desfile nocturno das Escolas de Samba que percorrem parte da Avenida Sá Carneiro.
A magia da noite dança por entre as sambistas e vibra com a bateria das quatro escolas que desfilam actualmente.
No Domingo Gordo e na Terça-feira de Carnaval, a Avenida Sá Carneiro e a Rua de Timor transformam-se num gigantesco palco onde a animação é uma constante. As quatro Escolas de Samba juntam-se aos 14 Grupos Carnavalescos, aos seis Grupos de Passerelle, ao Grupo Preto no Branco e, claro está, ao casal real e fazem a festa!
Escolas de Samba: Charanguinha, Costa de Prata, Juventude Vareira e Kan-Kans.
- Grupos Carnavalescos: Carrucas, Catitas, Condores, Garimpeiros, Hippies, Marados, Marroquinos, Não Precisa, Pierrots, Pindéricus, Pinguins, Vampiros, Xaxas, Zuzucas.
- Grupos de Passerelle: Bailarinos, Barulhentas, Joanas d’Arco da Velha, Levados do Diabo, Melindrosas, Palhacinhas.


E isto só para falar nos momentos mais altos deste evento, porque no mês anterior a diversão toma de assalto a cidade: desde da chegada do Rei até ao tradicional concerto do Quim Barreiros, passando pela Noite Mágica que acontece na segunda-feira de Carnaval, tudo tem lugar por aqui.

Para que não lhe escape mesmo nada, há que saber que os grupos concorrem em três categorias:

- Escolas de Samba: Charanguinha, Costa de Prata, Juventude Vareira e Kan-Kans.
- Grupos Carnavalescos: Carrucas, Catitas, Condores, Garimpeiros, Hippies, Marados, Marroquinos, Não Precisa, Pierrots, Pindéricus, Pinguins, Vampiros, Xaxas, Zuzucas.
- Grupos de Passerelle: Bailarinos, Barulhentas, Joanas d’Arco da Velha, Levados do Diabo, Melindrosas, Palhacinhas.


Ponto assente é que, neste firmamento, não brilham estrelas nacionais nem estrangeiras. Os protagonistas são mesmo as pessoas da terra e não só as que desfilam! Por detrás de cada figurante há cabeleireiras, esteticistas, costureiras e familiares que trabalham nos bastidores para que tudo esteja impecável, na hora de desfilar.

 Falta apenas recordar que o primeiro cortejo de Carnaval, animado pelos diversos bairros, foi para a rua em 1952. Nos primórdios, o cortejo realizava-se no Domingo Gordo e a Terça-feira dava lugar ao Carnaval porco, que tinha como palco principal o Largo da Família Soares Pinto, bem no centro da cidade. Instalava-se uma autêntica batalha, com carrinhas com munições a espalharem o caos de farinha e carvão. A partir do momento em que o corso começou a sair também à terça-feira, desapareceu esta tradição.

As forças da Natureza sempre despertaram no Homem o maior fascínio mas, também o maior respeito e temor. As gentes que viviam do mar, no Furadouro de outros tempos, eram muito religiosas, pois só com protecção sobrenatural é que conseguiam exercer a sua profissão, tão incerta e insegura.




Não é, por isso, de estranhar que as companhas tivessem o nome de santos, de Deus ou de Maria. E os pescadores não se escusavam a mostrar a sua fé e a sua gratidão, quer assistindo aos preceitos dominicais, quer organizando uma grande romaria, denominada Festa do Mar ou dos Pescadores, em honra do Senhor da Piedade.
 Muito embora com algumas interrupções, o que é certo é que esta tradição manteve-se até aos dias de hoje e continua, tal como no passado, a atrair milhares de pessoas à praia do Furadouro, no início do mês de Setembro.
 E tal como se verifica em diversas festas por esse país fora, também aqui o profano dá as mãos ao sagrado. Se por um lado há a Missa Solene, a Procissão das Velas e a majestosa Procissão que cruza o areal, por outro lado há actuações musicais, fogo-de-artifício, carrosséis e diversões, para gáudio de milhares de pessoas que assim prolongam, por mais uns dias, a animação característica daquela zona balnear, durante o Verão

       Capela Sto. Antonio
Foi edificada com duas torres por volta de 1693, à custa de um real imposto em cada quartilho de vinho vendido na vila. Cerca de cem anos mais tarde, a Capela-mor foi demolida e reconstruída e o templo passou a ter apenas uma só torre. A frontaria desta capela, que se localiza no topo sul da Praça da República, é do século XVII.
Capela São Miguel
A Capela de S. Miguel encontra-se no lugar de S. Miguel, em Ovar, e foi construída entre 1711 e 1723. Tem exterior e interior simples, frontaria de porta rectangular e de postigos. Segundo o Padre Manuel Lírio, no livro “Monumentos e Instituições Religiosas”, a Capela foi alvo de melhoramentos ao longo do tempo e sofreu grandes obras em 1924.
Capela dos Passos
 Construídas em meados do século XVIII, as Capelas dos Passos foram classificadas como Imóveis de Interesse Público em 1949 e 50 anos mais tarde foram alvo de profundas obras de conservação e restauro.


CHAFARIZ do Neptuno
Da autoria do engenheiro António Ferreira de Araújo e Silva, foi inaugurado no dia 8 de Julho de 1877. Este chafariz, tal como os outros que foram construídos pela mesma altura, tinha como objectivo o abastecimento da água à população. De acordo com a Câmara de então, presidida por Manuel Arala, as fontes existentes na periferia não tinham “condições de limpeza natural”, e estavam “quase todas inundadas pelas cheias dos dois rios que passam nesta vila, e secas completamente na estiagem” (Monografia de Ovar, de Alberto Lamy).
O seu nome advém do facto do chafariz estar encimado pela figura de Neptuno, considerado, pela mitologia romana, o Deus do mar.
MONUMENTO AS VARIMAS
Situado na rotunda do Furadouro, o Monumento às Varinas representa três varinas, com as típicas canastras e uma delas com o filho ao colo. Da autoria do escultor Lagoa Henriques (autor da famosa estátua de Fernando Pessoa situada no Chiado, em Lisboa), o monumento foi inaugurado no dia 25 de Julho de 1989, na presença de Mário Soares, presidente da República de então.


MONUMENTO AOS MORTOS DA GRANDE GUERRA
Está situado no Largo dos Combatentes da Grande Guerra e foi inaugurado no dia 3 de Maio de 1925.


FIGURAS VAREIRAS


AMERICO OLIVEIRA


 BEATRIZ CAMPOS











Gastronomia
Pão de lo de Ovar
Ingredientes:
18 gemas
5 claras
250 g de açúcar
125 g de farinha
Modo de Preparo:

1. Batem-se as gemas com as claras e o açúcar, até se obter um preparado muito espesso e cujo volume seja largamente superior ao inicial dos ovos e açúcar.
2. Adiciona-se a farinha que foi peneirada pelo menos duas vezes, batendo suavemente.
3. Tem-se uma forma redonda com cerca de 22 cm e forra-se com papel espesso.
4. Tradicionalmente, o papel deve ter apenas uma circunferência que cubra o fundo da forma com uma rodela e os lados com uma tira (de papel vegetal).
5. Deita-se a massa sobre o papel e leva-se o pão-de-ló a cozer em forno aquecido a 175ºC (forno médio baixo) durante 40 minutos.
6. A superfície do bolo deve ficar húmida e, no dia seguinte, apresentar como que uma camada de ovos moles.

 

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