quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FREGUESIA DE QUADRAZAIS












REGIÃO                CENTRO
SUB  REGIÃO        beira interior           
DISTRITO              guarda
CIDADE                 sabugal
Freguesia      Quadrazais
A Freguesia de Quadrazais fica situada na base da Serra da Malcata, a 9 Km da sede do concelho (Sabugal), e tem por vizinhas as freguesias de Vale de Espinho (6,5 Km), Soito (4,5 Km) e Malcata (11 Km).
O clima rigoroso, o solo pobre e montanhoso fizeram do povo de Quadrazais “gente dura” e isolada de aglomerados populacionais, sendo essa uma característica dos primeiros povos que aqui habitaram.



Quadrazais é uma aldeia raiana que fica no planalto do Sabugal, no sopé das Serras da Malcata e Mesas , junto às margens do rio Côa . O carácter montanhoso do relevo da região aliado à pobreza do solo e à dureza do clima fazem desta terra uma terra "dura", bastante isolada de outro qualquer núcleo populacional. Todos estes factores físicos e climáticos se coadunam e ajudam a compreender os costumes dos primeiros povos que aqui habitaram.


As primeiras comunidades eram tribais e viviam da agricultura, mas sobretudo da pastorícia. Dos vários povos que habitaram a região de Riba-Côa, destacam-se os Vetónios e Austeres. Por volta do ano de 550 a.c., chegam os Túrdulos, vindos do zona a norte do rio Tejo, e passaram a ocupar terras além Côa. Este povo não foi, no entanto, capaz de criar uma civilização ou de povoar densamente esta área ; e, portanto, ainda no século VI a.c. , chegam até estas terras Fenícios, Gregos e Celtas.







Estes últimos foram os principais responsáveis pelo povoamento da região até à data de início da romanização.    Estando a decorrer o período de ocupação romana, os povos indígenas resistiram até cerca de 138 a.c. , altura em que se registou um definitivo domínio romano na região; desse altura datam várias pontes, sobre o rio Côa, existentes ainda hoje no concelho do Sabugal.Dos séculos seguintes, incluindo o período da Invasão Árabe e o da Reconquista Cristã não há dados que forneçam informações relevantes acerca dos costumes dos povos que aqui habitavam.Crê-se, contudo, que por volta do século XII a região se encontrasse quase deserta. Durante os séculos XII e XIII é então feito um repovoamento da região, por ordem do rei de Leão, que, mesmo não possuindo soberania sobre a região, oferecia terras a quem as povoasse. Os colonos eram maioritariamente galegos.    Esta língua de terra, entre os rios Côa e Águeda, encontrava-se no meio da luta entre Portugal e Espanha, e só em 1297 com o Tratado de Alcanizes é definitiva a incorporação destas Terras no reino de  Portugal (embora já tivesse sido pertença de D. Afonso Henriques em 1174 e dominada por Portugal em 1130).




D.Dinis, vendo a política de repovoamento castelhano e o não cumprimento do Tratado, tomou todos aqueles lugares pela força (datam desta altura obras de reconstrução no castelo de Sabugal).    Nesta zona fronteiriça, desde o século XIII que os  povos caminhavam para lá e para cá das fronteiras, trabalhando e trocando bens e produtos agrícolas.    Tratando-se de uma zona afastada da Capital, fora da área de alcance do exército português, esta área era acossada pelas pilhagens e incêndios que os Castelhanos praticavam com frequência.    Em 1651, os Espanhóis sofrem uma grande derrota em Quadrazais; vêem mesmo os quadrazenhos tomar os Castelos de Eljas e ValVerde del Fresno e a povoação de Xalma.    Estas constantes guerrilhas e desrespeito das fronteiras dura até ao século XIX com a assinatura do Convénio entre Portugal e Espanha em 1864, só a partir de então os dois povos viveram em paz nesta região Transcudana.













Em 1980 aquando da pesquisa da origem (etimologia) do nome de Ozendo, na Torre do Tombo, ainda então no Palácio de S. Bento, em Lisboa cheguei a esta hipótese curiosa:

A palavra terá tido uma evolução do nome ADOLSINDA que de origem germânica significa – terra de nobre senhora germânica.












O nome evoluiu para Adosinda, Auzenda, Ouzendo ouOzendo talvez em


















Na enciclopédia luso brasileira, sobre o Ozendo diz-se: «esta aldeia é mais antiga, ao contrário do que muita gente julga»

   Há indícios de que esta região limite do Ozendo já era povoada na era proto-histórica ( pelo menos há três mil anos). Existem vários vestígios que as pessoas da aldeia dão como adquiridos, mas a verdade é que muitos deles, que passam despercebidos poderão ser muito antigos (por exemplo uma estrada romana que ligava o Sabugal ao Soito) . Trataremos desta questão noutra oportunidade.

Outra hipótese menos fundamentada que colocamos: «quem se posicione virado para o horizonte tem uma sensação de abertura para o mundo. Ora em latim, a apalavra oz, oris significa boca, abertura. Com a habituação poderá ter dado OZENDO.


“Havia então [1758] na freg. sete capelas: quatro junto ao povo ou neste (Santo Cristo, Santo António, S. Sebastião e S. Mamede) sendo as outras dedicadas a S. Genésio, ao Espirito Santo e a S. Sebastião - esta no lug. de Casas de Ousendo (sic). A outra pov. da freg. era a Quinta de Águas de Bacelo. Ousendo é nome de bom uso até ao séc XII ou XIII, quando muito, e de origem germânica, - o que é demonstrativo da antiguidade do povoamento local”
E depois de curiosas dissertações que me abstenho de reproduzir (mas que nada têm a ver com Casas de Ousendo/Ozendo), a entrada referente a Quadrazais acaba deste modo:

   "Tendo parte do termo dentro dos limites do conc. de Sortelha, Quadrazais participou dos aforamentos medievos desta Vila e da de Sabugal, e do domínio dos vários senhores que aí houve, especialmente da dita vila de Sortelha. Fazem parte desta freg. os lug. de : Ozendo (sic) e Quadrazais".
 
 simultâneo, tendo estas palavras a mesma origem.


















NAMORISCADORQuero ir a Quadrasais
Falar à Maria Mim
Nem que a peçam generais
Não há-de negar-me o sim.

Mas deixai, ora me lembro,
Já tenho noiva aprazada.
Meu pai a pediu em rendo
Na lua nova passada

Passadas dei eu em vão
Nas ruas da Lageosa
Não quebrei o coração
Da dona da Genestosa

Porém, vingança a fartar
Hei-de tirá-la me afoito
É trotar a bom trotar
Para o mercado do Soito.

Hoje é a quarta segunda
As moças são a granel
Ou faço apanha que bunda
Ou não me chame Manuel

E se a sorte me não mima
Então arranco uma bula
E vou casar com uma prima
Que me espera na Bismula

Manuel Leal

Gastronomia
PASTEIS DE NATA
Ingredientes
3 litros de leite,
 20 gemas de ovos,
 2 colheres de chá de água de flor de laranjeira,
 canela a gosto
 e 960 gramas de açúcar.

Modo de Preparo
1.   Põe-se o leite a ferver num tacho e vai-se tirando a nata que fica ao de cima.
2.   Misturam-se as natas com as gemas, a água-flor e a canela, e deita-se tudo num tacho onde já se preparou o açúcar em ponto de fio.
3.   Volta ao lume, continuando a mexer com uma colher de pau.
4.   Depois de pronto deixa-se arrefecer e põe-se em forminhas, que vão ao forno.

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