segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DIOGO BERNARDES - 1520-1605


Diogo Bernardes - Discípulo de Sá de Miranda, foi poeta notável, principalmente no "gênero pastoril".

"Alguns de seus sonetos fazem lembrar Camões" - diz Jânio Quadros -
 que acrescenta ser Diogo possuidor de "notável senso de composição do soneto".

O rei D. Sebastião, que morreu na batalha de Alcácer-Quibir, 
havia escolhido esse poeta para cantar suas façanhas na empresa em que viria perder a vida.

Mostramos um de seus sonetos, que Mayer Garção incluiu na coletânea "Os Cem Sonetos" (1920):

Horas breves do meu contentamento,
nunca me pareceu quando vos tinha,
que vos visse tornadas tão asinha
em tão compridos dias de tormento.

Aquelas torres que fundei no vento,
o vento mas levou, que mas sustinha;
 do mal que me ficou, a culpa é minha,
pois sobre cousas vás fiz fundamento.

Amor com brandas mostras aparece,
tudo possível faz, tudo assegura,
 mas logo no melhor desaparece.

O cegueira tamanha! ó desventura!
 Por um pequeno bem que desfalece
aventurar um bem que sempre dura!

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