sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ADEGANHA - TORRE DE MONCORVO

 




REGIÃO               NORTE
SUB  REGIÃO       DOURO
DISTRITO             BRAGANÇA
CIDADE                TORRE DE MONCORVO
FREGUESIA                               Adeganha
A povoação de Adeganha é uma curiosa aldeia do Alto Douro, situada no cimo de um enorme morro altaneiro, nos confins da Serra de Bornes, que se ergue a grande altura sobre a vasta extensão do Vale da Vilariça. Lá em baixo, no extenso vale, sobressaem as grandes quintas, as hortas viçosas e as muitas plantações da fértil ribeira da Vilariça que se estendem naquela imensa lonjura até ao rio sabor e mesmo para mais longe até ás margens do douro, perto de Moncorvo. Cá em cima, junto a Adeganha, ficam as leiras do centeio, os olivais cobrindo os montes, a penedia eriçada. Em pequenas construções toscas de pedra guardam-se as ovelhas e os cereais, e as rochas da natureza são aproveitadas para paredes ou para eiras onde se fazem as malhadas.
"Esta estrada vai dar à aldeia de Estevais, depois a Cardanha e Adeganha. O viajante não pode parar em todo o lado, não pode bater a todas as portas a fazer perguntas e a curar das vidas de quem lá mora. Mas como não sabe nem quer despegar-se dos seus gostos e tem as fascinação do trabalho das mãos dos homens, vai até Adeganha onde lhe disseram que há uma preciosa igrejinha românica, assim deste tamanho. Vai e pergunta, mas antes pasma diante da grande e única laje granítica que faz da praça, eira e cama de luar no meio da povoação". O "viajante" é o grande escritor José Saramago, um dos maiores da língua mundial (Prémio Nobel de Literatura 1998), que à freguesia de Adeganha dedica um vasto espaço da sua admirável "Viagem a Portugal".
Também a arquitectura rural de Adeganha é de louvar. A simplicidade do estilo transmontano, a unidade e a nobreza dos materiais utilizados (o granito e a telha vermelha), e uma indefinível sensação de desordem no traçado das ruas e dos largos fazem com que a povoação de Adeganha se apresente como um dos mais característicos núcleos de arquitectura rural que conhece-mos: casas de dois pisos (os humanos no andar de cima, os animais no andar de baixo na loja), planta quadrada ou rectangular, predomínio de escadas e balcões exteriores, alpendre lateral ou curral interior, portal fronho, postigos incrustados nas paredes revestidas de sobriedade.
A população da freguesia de Adeganha é constituída aproximadamente por 650 pessoas, registando a sede de freguesia cerca de 100 residentes. É pois o período de que há registos cuja população é tão diminuta, tendo em 1920, 736 habitantes e em 1950 o recenseamento registou 1204 pessoas residindo em 285 fogos; esta diminuição deve-se em grande parte à emigração e envelhecimento da população. No fundo, dois fenómenos interligados. A média etária da freguesia é realmente muito elevada porque a gente nova emigrou para fora (Lisboa, Porto, França, Alemanha, Holanda, Estados Unidos) em busca de melhores ganhos. Houve uma época em que a maioria dos homens da freguesia partiu, ficando apenas os reformados.
Eles e as mulheres que possuem de forma singular um conhecimento passado de mães para filhas de talhar e esconjurar os espíritos. São mulheres de muitos anos e de existência simples. Cuidam da horta, da cabra, da ovelha ou do porco, às vezes ainda semeiam e colhem trigo de uma ou duas leiras, varejam as azeitonas das oliveiras ou colhem amêndoas depois da época da flor. Conhecem mil segredos e rezas para sarar as dores e outras tantas orações e recitações para afastar os espíritos. Sabem de responsos para as ferradelas dos bichos venenosos que deixam ferida, para combater a inveja e até para concretizar desejos e projectos.

 
Gastronomia
Bolos econômicos
Ingredientes:
6 ovos;
1 l de leite;
1 cálice de aguardente;
500 g de açúcar;
1 colher (de sopa) de canela;
Farinha até tender;
2 colheres (de chá) de fermento em pó
Gema de ovo para dourar;
Açúcar e canela para polvilhar.
Modo de Preparo

  1. Batem-se os ovos com o açúcar.
  2. Mistura-se a aguardente, a canela, o leite e a farinha com o fermento e bate-se muito bem a massa, que deve ficar mole.
  3.  Deitam-se montinhos com uma colher de sopa em tabuleiros polvilhados com farinha (devem ficar separados porque crescem muito).
  4. Ao sair do forno, barram-se com gema de ovo e polvilham-se com açúcar e canela.


Nenhum comentário:

Postar um comentário