sábado, 16 de outubro de 2010

POEMA DE LUIZA CAETANO

"APENAS... EM SILÊNCIO"

Vem!
Ainda que passes
sem bater na minha porta
em místico silêncio
peregrinar
na sepultura dos punhais

Vem,
deixar os teus salpicos
de orvalho
sobre as murchas ervas
no jardim
do meu túmulo

Assim
de mansinho

Apenas
pressentidamente
sem palavras armadas
sem partidas!
sem chegadas!

Envolve-te
em Luar
e trás contigo
apenas
o hálito quente
da tua boca,

Os tímbalos encantados
do teu sorrir,

Não,
não tragas as palavras
encruzilhadas,
distorcidas
e sem emoção

Traga
apenas o seu coração!

Vem!

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